domingo, 5 de dezembro de 2010

minha menina...aos 5 anos!

Esta foto foi recentemente recuperada, dava por perdida! Meu amigo, o fotografo Reginaldo Pedroso, resgatou-a pra mim...gracias, Re! Hj ela tem 12 anos, uma moça.

Cuidado com o que pedes. Pode se realizar.

O Novo Começo/The New Beginning: 
Cuidado com o que pedes. Pode se realizar.: "LIÇÃO 339 Receberei qualquer coisa que eu pedir. 1. Nenhum de nós deseja a dor. Mas pode-se pensar que dor é prazer. Nenhum de nós evitaria ..."

sábado, 4 de dezembro de 2010

Entrevista exclusiva com Ruben Alves


Rubem Alves reconta narrativas clássicas em seu novo livro

Numa revolução bem humorada, o escritor e psicanalista Rubem Alves resgata estórias clássicas com aventuras de patos selvagens, lobos, urubus, contadas no livro “Quem quer que eu lhe conte uma estória?”

Sentar na varanda no fim da tarde nublada e quase chuvosa, com uma caneca de um chá suave e quentinho, esta é a cena que podemos encontrar alguém lendo as estórias de Rubem Alves, tão aconchegante quanto seus pensamentos sobre os mais variados temas, de literatura a filosofia, de educação a televisão.

Para quem já está intimo de seus textos sabe que encontrará muito humor e poesia, às vezes juntos, outras não. Também há reflexões, exercícios imaginários, quando ele conta a narrativa de uma pessoa que lhe fez uma comparação da cebola à mente humana, coisas assim, que nos levam a pairagens desconhecidas. Admirador confesso em seus textos de Adélia Prado, Guimarães Rosa, Manoel de Barros, Octávio Paz, Saramago, Nietzsche, T. S. Eliot, Camus, Santo Agostinho, Borges e Fernando Pessoa, entre outros, pensadores e pensamentos que citados em seus textos.

Seu novo livro “Quem quer que eu lhe conte uma estória?” será lançado nesta sexta-feira, dia 26/03, às 19h, na livraria FNAC em Campinas. A edição é da Editora Papirus, que comemora sua milésima publicação. Tudo começa com...Era uma vez um bando de rãs e segue com aventuras de patos selvagens, lobos, urubus ou ainda narrativas clássicas recontadas. Tirar as idéias de seu lugar habitual, mudar nossos cenários mentais e fazer alguma revolução bem-humorada assim é ler Rubem Alves. No lançamento, o autor fará também um breve relato sobre o livro seguido de autógrafos.

Com exclusividade, Rubem Alves falou ao Gazeta Amparense, sobre como pensa o mundo, sobre o futuro dos nossos jovens, educação e literatura.

Gazeta Amparense: “Quer que eu lhe conte uma estória?” Eu quero, sim... Que estória o senhor contaria numa entrevista para um jornal do interior do Estado?
Rubem Alves: Sugiro a “Menina e o pássaro encantado”. (A menina e o pássaro encantado, Edições Loyola, leia abaixo a estória)
GA: As crianças e jovens de hoje trocaram a contação de estórias por internet?
RA: Olha, não sei se trocaram, o fato é que os contadores de estórias estão cada vez mais raros. Eles é que trocaram “contar estórias” por televisão.
GA: Em sua opinião, qual a principal falha, ou falhas, do sistema educacional afinal?
RA: O que acontece é que os programas educacionais existentes não estão ligados à vida, ao quotidiano das crianças e adolescentes. Precisamos de programas que atendam à curiosidade e também aos problemas dos nossos alunos.
GA: Dentre seus leitores temos muitos professores e professoras, que buscam em seus textos uma luz, uma seta para as falhas do sistema educacional? O senhor tem o feedback deste público? E o que geralmente o senhor lhes diz como incentivo?
RA: Sim, tenho muito retorno ou feed-back, sim.  São pessoas que aprenderam prazer da leitura lendo meus textos. O incentivo não é uma palavra a mais que se diz, já esta embutido no conteúdo do que escrevo. Se o que escrevo faz sentido, então não preciso dizer nada mais.
GA: Será que as novas gerações também encontraram seus “Rubens Alves”?
RA: Você esta me pedindo para fazer profecias (risos), mas eu acho que a educação é algo tão fascinante que sempre haverá os apaixonados que servem de guias.
GA: Será que nossos jovens estudantes sentem que tem perspectivas para seus futuros?
RA: Uma coisa é “sentir” que há perspectivas, outra é haver de fato. Eu, pessoalmente, sinto que as perspectivas estão cada vez mais complicadas. Na minha juventude bastava ter um diploma para ter um emprego garantido. Hoje em dia, um diploma não garante coisa alguma.
GA: Gostaria muitíssimo de saber sua opinião sobre um programa de televisão chamado Big Brother Brasil, já que a versão original de George Orwell,  é ideologicamente contraditória a essa imposição mental as mentes dos jovens.
RA: Não vejo televisão, muito menos esse programa.
GA: Embora o senhor não veja televisão, poderia comentar sobre o fato de uma criança que não sabe o que aconteceu neste programa de televisão é excluída da conversa com os coleguinhas. O que o senhor acha deste retrato?
RA: Acho que infelizmente é um retrato verdadeiro. As crianças querem pertencer a turmas. Mas, para se pertencer a uma turma é necessário jogar o jogo que esta sendo jogado. Você se lembra do bichinho eletrônico ou virtual? Acontece que agora o jogo se chama Big Brother. O que fazer para mudar... Sinceramente não sei.
GA: Certa vez, num bate-papo com educadores, o senhor disse “não diga seu poema a um não poeta...” Quem hoje é um não poeta?
RA: Um poeta é um solitário. Não joga o jogo que todos jogam. Os não poetas são aqueles que jogam os jogos dos grupos a qual pertencem, torcida de futebol, emprego, religião...
GA: O que o homem Rubem Alves ainda quer fazer?
RA: Quero viver com tranqüilidade de alma os anos que me restam. Escrever uns livros que já estão na cabeça, compartilhar a vida com as pessoas que amo.

A menina e o pássaro encantado
Era uma vez uma menina que tinha um pássaro como seu melhor amigo. Ele era um pássaro diferente de todos os demais: Era encantado. Os pássaros comuns, se a porta da gaiola estiver aberta, vão embora para nunca mais voltar.

Mas o pássaro da menina voava livre e vinha quando sentia saudades...
Suas penas também eram diferentes. Mudavam de cor. Eram sempre pintadas pelas cores dos lugares estranhos e longínquos por onde voava.
Certa vez, voltou totalmente branco, cauda enorme de plumas fofas como o algodão.

"- Menina, eu venho de montanhas frias e cobertas de neve, tudo maravilhosamente branco e puro, brilhando sob a luz da lua, nada se ouvindo a não ser o barulho do vento que faz estalar o gelo que cobre os galhos das árvores. Trouxe, nas minhas penas, um pouco de encanto que eu vi, como presente para você...".

E assim ele começava a cantar as canções e as estórias daquele mundo que a menina nunca vira. Até que ela adormecia, e sonhava que voava nas asas do pássaro.

Outra vez voltou vermelho como fogo, penacho dourado na cabeça.
"... Venho de uma terra queimada pela seca, terra quente e sem água, onde os grandes, os pequenos e os bichos sofrem a tristeza do sol que não se apaga.
Minhas penas ficaram como aquele sol e eu trago canções tristes daqueles que gostariam de ouvir o barulho das cachoeiras e ver a beleza dos campos verdes.

E de novo começavam as estórias.

A menina amava aquele pássaro e podia ouvi-lo sem parar, dia após dia. E o pássaro amava a menina, e por isso voltava sempre.

Mas chegava sempre uma hora de tristeza.
"- Tenho que ir", ele dizia.
"- Por favor não vá, fico tão triste, terei saudades e vou chorar....".
"- Eu também terei saudades", dizia o pássaro. "-- Eu também vou chorar.

Mas eu vou lhe contar um segredo: As plantas precisam da água, nós precisamos do ar, os peixes precisam dos rios... E o meu encanto precisa da saudade. É aquela tristeza, na espera da volta, que faz com que minhas penas fiquem bonitas.

Se eu não for, não haverá saudades.

Eu deixarei de ser um pássaro encantado e você deixará de me amar.

Assim ele partiu. A menina sozinha, chorava de tristeza à noite, imaginando se o pássaro voltaria. E foi numa destas noites que ela teve uma idéia malvada.
"- Se eu o prender numa gaiola, ele nunca mais partirá; será meu para sempre. Nunca mais terei saudades, e ficarei feliz".

Com estes pensamentos comprou uma linda gaiola, própria para um pássaro que se ama muito. E ficou à espera.
Finalmente ele chegou, maravilhoso, com suas novas cores, com estórias diferentes para contar.

Cansado da viagem, adormeceu.

Foi então que a menina, cuidadosamente, para que ele não acordasse, o prendeu na gaiola para que ele nunca mais a abandonasse. E adormeceu feliz.
Foi acordar de madrugada, com um gemido triste do pássaro.

"- Ah! Menina... Que é que você fez? Quebrou-se o encanto. Minhas penas ficarão feias e eu me esquecerei das estórias...".
Sem a saudade, o amor irá embora...

A menina não acreditou. Pensou que ele acabaria por se acostumar. Mas isto não aconteceu. O tempo ia passando, e o pássaro ia ficando diferente.
Caíram suas plumas, os vermelhos, os verdes e os azuis das penas transformaram-se num cinzento triste. E veio o silêncio; deixou de cantar.
Também a menina se entristeceu. Não, aquele não era o pássaro que ela amava.

E de noite ela chorava pensando naquilo que havia feito ao seu amigo...
Até que não mais agüentou.
Abriu a porta da gaiola.

"- Pode ir, pássaro, volte quando quiser...".
"- Obrigado, menina. É, eu tenho que partir. É preciso partir para que a saudade chegue e eu tenha vontade de voltar. Longe, na saudade, muitas coisas boas começam a crescer dentro da gente. Sempre que você ficar com saudades, eu ficarei mais bonito.

Sempre que eu ficar com saudades, você ficará mais bonita. E você se enfeitará para me esperar...

E partiu. Voou que voou para lugares distantes. A menina contava os dias, e cada dia que passava a saudade crescia.

"- Que bom, pensava ela, meu pássaro está ficando encantado de novo...".
E ela ia ao guarda-roupa, escolher os vestidos; e penteava seus cabelos, colocava flores nos vasos...

"- Nunca se sabe. Pode ser que ele volte hoje...
Sem que ela percebesse, o mundo inteiro foi ficando encantado como o pássaro.

Porque em algum lugar ele deveria estar voando. De algum lugar ele haveria de voltar.

Ah! Mundo maravilhoso que guarda em algum lugar secreto o pássaro encantado que se ama...

E foi assim que ela, cada noite ia para a cama, triste de saudade, mas feliz com o pensamento.

- Quem sabe ele voltará amanhã....
E assim dormia e sonhava com a alegria do reencontro.

Meu novo começo

Essa já é a terceira tentativa de inicio de blog este ano, não por causa da indisciplina ou por não gostar de escrever, ao contrário, mas pelo simples fato de ter essa agilidade mental pra entender como funcionam as ferramentas dos programas que fazem blogs!
Isso me causou uma inquietação, algo tipo, poxa outras pessoas tambem devem ter essa dificuldade...talvez possamos criar oficinas bem populares pra ensinar a fazer blogs. Alguém se habilita nessa empreitada???? Quem???

O perdão acaba com o sonho de conflito

Na tribo Babemba, da África do Sul, quanto uma pessoa age de maneira injusta ou irresponsável, ela é colocada sozinha no centro da aldeia, mas não é de maneira alguma impedida de fugir.

"Todos os habitantes da aldeia param de trabalhar e formam um círculo em volta da pessoa acusada. Em seguida, cada um, independentemente de sua idade, começa a lembrar o acusado de todas as boas ações que ele praticou ao longo da vida.

"Tudo o que é lembrado sobre a pessoa em questão é descrito em pormenores. Todos os atributos positivos do acusado, suas boas ações, seus pontos fortes e generosidades são ressaltados em benefício dela. Cada pessoa do círculo faz isso de forma detalhada.

"Todos os fatos da vida dessa pessoa são expostos com o máximo de sinceridade e amor. Ninguém pode exagerar os acontecimentos e todos sabem que não podem inventar histórias. Ninguém mente nem é irônico ao fazer esse relato.

"Essa cerimônia prossegue até que todos os habitantes da aldeia tenham relembrado os feitos dessa pessoa como membro respeitado de sua comunidade. Esse procedimento pode prolongar-se por vários dias. No final, a tribo desfaz o círculo e começa uma celebração jubilosa em que a pessoa é recebida de volta à tribo.

"Pelos olhos do amor, que essa cerimônia descreve de maneira tão bela, só a reconciliação e o perdão têm lugar. Cada pessoa no círculo, bem como a pessoa colocada em seu centro, é lembrada [de] que o perdão nos dá a oportunidade de abandonar o passado e os medos do futuro. A pessoa que está no centro não é considerada uma pessoa má nem é excluída da comunidade. Em vez disso, ela é lembrada do amor que existe em seu interior e é acolhida por todos à sua volta."
by Moisés Nascimento
http://onovocomecothenewbeginning-moises.blogspot.com/